quarta-feira, 1 de junho de 2011

Coisas do atraso


Apressado e agoniado em pleno centro da capital baiana, andava com passos longos e rápidos a procura de alguma coisa. Na esquina que dava para a avenida, estendeu a mão para um táxi que vinha em sua direção, entrou com muita rapidez e disse seu destino, sem reparar que estava acompanhado no bando de traz do veiculo.

Ainda sem entender porque havia mais um passageiro, recebe ordens para levantar as mãos e uma arma é encostada em sua cabeça. Sem questionar e agora visivelmente nervoso, obedece as ordens do bandido que leva sua carteira e sai em disparada na primeira parada do táxi.

Perguntando para o taxista o que acontecerá, este explica que também havia sido abordado. Como estava muito apressado não quis perder mais tempo com explicações, e pegou alguns papeis que pareciam importantes saindo em direção a um edifício. Apertou o botão do elevador, mais este não respondeu, repetiu varias vezes mais nada acontecia.

Já desanimado e visivelmente abatido, pega as escadas em disparada, olhando varias vezes para o relógio e sem diminuir a velocidade em nenhum momento. De repente escorrega no alto da escada e despenca rolando até embaixo. Ainda atordoado, vê os papeis voando e é obrigado a esquecer a dor e levantar imediatamente. Com muita pressa começa a juntar os papeis que se espalhavam por todos os lados. Algumas pessoas que pareciam sensibilizadas, ajudavam a capturar os papeis voadores.

Depois de um bom tempo circulando catando os papeis, um pequeno sorriso, alguns papeis amassados outros sujos mais aparentemente todos presente. Ao olhar no relógio o pequeno sorriso some para dar lugar a um rosto preocupado e assustado, em disparada ele toma as escadas, agora não anda mais, corre sem parar como se estivesse em uma maratona em seus minutos finais preste a levantar o troféu de primeiro lugar.

Alguns minutos se passam com sua correria por todo edifício, um tremendo esbarrão o faz parar, vai ao chão e percebe que atingiu um homem que mede quase o dobro do seu tamanho. O homem lê agarra e antes mesmo que possa falar alguma coisa, leva um murro no meio da cara. Outras pessoas vem separar e ele aproveita para juntar seus papeis e continuar correndo. No fim do corredor para em frente uma porta com uma plaqueta de nome "gerente de marketing", da uma ultima olhada no relógio. Abre a porta e ligeiramente fala um bom dia seguido de licença, coloca os papeis sobre a mesa, o homem olha os papeis e com voz calma fala que não são mais necessários pois mudou o projeto durante a noite.

Autor: Edmilson Rodrigues da Rocha Júnior

2 comentários:

serena disse...

Muito bom... É bem assim mesmo quando estamos atrazados.

Iza Rocha disse...

COITADO..ESTE DEFINITIVAMENTE NÃO ERA O SEU DIA....

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